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Reprovação na pandemia é a melhor opção?

15 janeiro 2021 | Ensino

Se, antes de 2020, já se questionava a eficácia das estratégias de aprovação (progressão) ou reprovação (retenção) dos alunos, agora, com a Covid-19 e suas consequências para a educação, essa conversa ganhou mais participantes. O que fazer em relação à reprovação na pandemia?

No momento em que as escolas fecharam as portas, a preocupação com a continuidade dos estudos tomou os pais e, sobretudo, os educadores, que precisaram modificar a forma de ensinar num cenário que se transformou inesperadamente. 

Logo que o formato das aulas mudou, mais dúvidas surgiram: é necessário alterar o currículo escolar? Como fazer o acompanhamento dos alunos? Que critérios usar na aprovação e reprovação na pandemia?

Ao mesmo tempo, outros desafios e atualizações chegaram (para ficar?) na educação: alunos precisaram de estrutura para aulas on-line; professores tiveram que ser capacitados para o universo das videoaulas; além disso, mais do que nunca, a participação e apoio da família foram fundamentais. 

Uma realidade totalmente nova, que gerou novas perguntas e trouxe alternativas para tudo, inclusive uma decisão sobre a progressão e reprovação na pandemia.

Orientação coletiva sobre a reprovação na pandemia

O Conselho Nacional de Educação (CNE) orienta que os métodos de avaliação sejam revistos e se adotem medidas que minimizem a retenção escolar. A recomendação do órgão do MEC é evitar a reprovação na pandemia. 

Assim, uma proposta é fazer uma fusão dos anos letivos de 2020 e 2021. Milena Fiuza, gerente pedagógica do Sistema Positivo de Ensino, explica como isso pode acontecer.

“A sugestão é que o currículo seja reprogramado, aumentando-se os dias letivos e a carga horária do ano de 2021 para cumprir, de modo contínuo, os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento previstos no ano letivo anterior”.

No entanto, a especialista chama atenção para o fato de que muitas escolas conseguiram se reestruturar como um todo. E os resultados na jornada de aprendizado foram pouco afetados. Desse modo, essas instituições conseguiram cumprir o ano letivo.

“Boa parte das escolas organizou-se de forma extraordinária e inédita. Os professores conseguiram gravar aulas do conteúdo programado, do que foi planejado e mantiveram contato intenso com seus alunos de forma virtual”. 

Ou seja, não parece ser uma opção, neste caso, apenas juntar um ano ao outro, mas uma questão muito mais de recuperações individualizadas com aqueles que não tiveram condições ou não se adaptaram ao formato remoto.

Prós e contras

Antes de mais nada, é preciso explicar que a defasagem faz parte da realidade da educação em 2020. Independentemente do fato da sua escola ter ou não conseguido se reorganizar. 

Portanto, o ano letivo de 2021 pedirá interferências pedagógicas diferenciadas. Estratégias que seguirão o planejamento feito pela escola e não serão tomadas sem uma boa dose de reflexão. 

Se, por um lado, pode não ser justo reter os alunos com base nos resultados das atividades remotas, por outro lado, a aprovação automática pode desestimular a dedicação do estudante. Ainda que controversa, a reprovação tem lá seus ensinamentos. 

Então, o que fazer?

A discussão sobre a reprovação na pandemia não existe a fim de responder se a escola deve ou não reter seus alunos. 

Mas sim, para enriquecer o repertório de ideias e orientar as redes de ensino na escolha do melhor caminho para o perfil da instituição e, principalmente, seus alunos.

Dessa forma, a resposta está no bom e velho planejamento, como destaca Fiuza.

“A premissa é que se realize um planejamento intensivo, garantindo que os alunos, em especial os mais afetados pela pandemia, possam, ao longo do tempo, desenvolver tudo aquilo que lhe é de direito sob a ótica curricular”. 

Tudo indica que a resiliência, a flexibilidade e o poder da coletividade, características que tanto ajudaram a encontrar soluções no “novo normal”, vieram para ficar, não é? 

Isso vale para o ensino, mas também para a gestão escolar, especialmente quando o assunto é reprovação na pandemia.

O Sistema Positivo de Ensino tem um time preparado para ajudar você e sua escola a encontrar respostas e tomar decisões. Confira outras orientações aqui, no nosso blog, e nas nossas páginas do Facebook, Instagram e YouTube.

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