Anuidade escolar: Como calcular de forma prática?
A Lei nº 9.870/99 menciona que o valor do reajuste escolar deve ser proporcional à variação das despesas de pessoal e custeio do ano anterior. Portanto, trabalhar com a base de informações do período anterior ajuda a elaborar uma planilha mais assertiva.
A precificação da escola deve ser um processo transparente. O valor da anuidade, o reajuste, a divulgação da planilha de custos, que contempla cada valor e tarifa integrantes da anuidade escolar, dentre outras questões importantes, estão disciplinados na Lei nº 9.870/99 (Lei das Anuidades Escolares), sancionada em 1999 e que vigora até hoje.
Mas o que as instituições de ensino devem levar em consideração ao decidir o preço das anuidades? Como se adequar garantindo a qualidade de ensino? O coordenador e professor de programas de MBA da Universidade Positivo Marco Aurélio Pitta, que atua nas áreas Tributária, de Contabilidade e Auditoria, dá dicas importantes. Ele enfatiza que o maior peso na composição dos custos e despesas da escola é a folha de pagamento, o que é característico de uma empresa prestadora de serviço. “Encargos sobre a folha fazem os custos praticamente dobrarem. Por isso, trabalhar de forma mais eficiente, buscando a melhor composição em sala de aula (ensalamento), pode fazer a diferença”, orienta Pitta.
O QUE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO
Despesas
Material de uso/consumo, folha de pagamento das áreas administrativa e financeira, da secretaria, etc. Gastos com contingências e ações trabalhistas classificadas com risco provável de perda.
Tributos: impostos e contribuições tributárias incidentes sobre faturamento ou patrimônio. Exemplos: ISS, PIS, COFINS e Simples Nacional.
Margem de lucro pretendida
Como a escola é uma empresa, também deve trazer lucros para continuidade, reinvestimento e retorno esperado. Escolas no regime tributário do lucro real também têm que considerar que parte dessa margem deverá ser tributada por IRPJ e CSLL.
Valores detalhados da folha de pagamento dos professores
Salários e encargos sobre a folha de pagamento, como INSS, FGTS, férias, 13º salário e previsão para rescisão, por exemplo.
Fundo de reinvestimento
Investimentos e itens para a biblioteca devem ser contabilizados no “ativo imobilizado” e depreciados conforme vida útil estimada.
Impactos de inadimplência e custos financeiros
Na planilha de custo, a escola deve prever uma perda relativa à inadimplência. Esse valor é estimado e deve ser composto dos dados das perdas de anos anteriores. Deve-se considerar a perda dos últimos três anos, separada por segmento. As perdas são os valores, em percentual, não recebidos nos últimos três anos, sem considerar o ano em curso.
A fórmula certa
Existe uma fórmula simples para fazer o cálculo que define o preço da anuidade. Uma das técnicas mais utilizadas na metodologia de preço é o markup. Nessa técnica, basta a escola saber quais são seus custos fixos e aplicar percentuais para chegar ao preço-alvo.
DICA
A fórmula vai auxiliar sua escola na formação do preço de anuidade. O ideal é que essa composição seja separada por segmentos.
Para saber como fazer, acesse o software de Gestão Financeira, na área Financeira do site de Gestão Escolar.
ANUIDADE = CUSTOS FIXOS + DESPESAS FIXAS / (100% – % custos variáveis – % tributos – % margem de lucro) / NÚMERO DE ALUNOS
Veja um exemplo:
Custos/despesas fixas (aluguel, folha de pagamento, serviços de terceiros, etc.): R$ 1.500.000,00
Custos/despesas variáveis:
15% da mensalidade
Tributos sobre receita (ISS, PIS e COFINS): 5,65%
Margem esperada (lucro): 10%
Número de alunos: 100
Anuidade = 1.500.000 ÷ (100% – 15% – 5,65% – 10%) ÷ 100
Anuidade = R$ 21.629,42
Mensalidade = R$ 1.802,45
Saiba mais como o Sistema Positivo de Ensino pode ajudar a sua escola: Gestão Escolar